quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ARRANJADORES E MÚSICOS PARTE 2



Cada dia no estúdio é uma situação nova!

Às vezes chegamos pra gravar e encontramos partituras lindas, “sibelianas”, com indicações de levadas e com os sinais já frisados com caneta marca-texto. Outras encontramos uma leve noção do que o arranjador quer mas totalmente aberto a idéias e sugestões.

Existem arranjadores que escrevem até uma “notinha” com a cúpula do prato e outros que “cantam” a bateria com a boca. Acho que o principal quando falamos de estúdio é a interação entre o arranjador e o músico. Saber as referências exatas que serão dadas é muito importante.

Ter o set up adequado ao estilo também ajuda e muito, mas principalmente conhecer do estilo a ser gravado.

Lembrei-me de um fato que de certa maneira ilustra isso e vou contar aqui:

Uma vez num show onde fazia parte da banda de apoio para três artistas de estilos diferentes estávamos ensaiando uma canção quando a artista disse: Essa música está estranha, sem suingue!

Mais uma vez era a levada escrita pelo arranjador que não tinha muito conhecimento no estilo do referido artista. Como que se fosse minha culpa no negócio, ele virou-me e disse: Ramon mude a levada, pois vai melhorar!!!  Rsrs

Eu sabia que na verdade a concepção do arranjo não era das coisas mais “suingadas” e o referido arranjador pouco ou nada tinham de intimidade com o estilo.

Tentei rapidamente argumentar, mas tendo em mente que resolver rápido seria o melhor. Acabamos chegando a  um consenso e passamos para outra música depois de um bom tempo de “lâmpadas giradas”.

A escolha do arranjador é fundamental para o resultado do trabalho, ele deve ter o conhecimento do que o artista quer ouvir, ter referências para se ambientar. caso contrário não há “cozinha” que suingue num contexto errado!!!






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